Vaticano - O Papa Bento
XVI homenageou em 2009 a memória do Papa Celestino V, que renunciou em 1294, ao
depositar em suas relíquias o "pallium" recebido em sua posse, em
2005.
Em 1294, Celestino V
abdicou cinco meses depois de ter sido eleito. Este homem modesto vivia como
eremita até a sua nomeação como Papa e não se sentia preparado para assumir a
liderança da Igreja. Depois de renunciar, voltou a ser monge.
Celestino foi criticado
por Dante Alighieri na Divina Comédia. O grande poeta italiano denunciou
"a recusa de grande covardia" do Papa monge, único na história do
papado.
Bento XVI sempre foi
atraído pela vida monástica dos grandes místicos, e, de acordo com seu irmão
Georg, sonhava em se retirar para escrever súmulas teológicas quando foi eleito
Papa. Ele já havia previsto que se estabeleceria em um mosteiro dentro do
Vaticano. Mas de acordo com o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi,
não será para viver em clausura, mas para dedicar-se "a escrever e
estudar".
Em 28 abril de 2009,
após o terremoto em Áquila, Bento XVI visitou a Basílica de Nossa Senhora de
Collemaggio da cidade, onde estão as relíquias do Papa do século XIII. Ele as
cobriu com o "pallium", a estola que cada novo Papa tradicionalmente
carrega sobre os ombros no dia da sua entronização.
Em 4 de julho de 2010,
ao visitar a mesma região, em Sulmona, Joseph Ratzinger referiu-se ao breve
pontificado de Celestino V em uma longa homenagem: "Oitocentos anos se
passaram desde o nascimento de São Pedro Celestino V, mas permanece presente na
história por causa dos famosos acontecimentos de seu tempo e de seu
pontificado, e, especialmente, da sua santidade".
O Papa, aparentemente
aludindo às dificuldades da Igreja contemporânea, evocou as "lições"
de vida, "válidas" até hoje, e falou "das características de um
pontificado breve e atormentado".
Ele elogiou o
"buscador de Deus", "o homem que queria encontrar respostas para
as grandes questões da nossa existência", sua predileção pelo
"silêncio" para "perceber a voz de Deus" e a
"consciência clara do pecado, sempre acompanhado por uma consciência
igualmente clara da infinita misericórdia de Deus para com as suas
criaturas.
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